Carnaval de Rio Grande da Serra tem folia, bombas e balas de borracha
"Única cidade da região a manter Carnaval de Rua sofre com o vandalismo que pode colocar em risco o futuro do festejo popular"
O Carnaval de Rua de Rio Grande da Serra pode estar com os dias contados, tudo pelo avanço do vandalismo e brigas que aumentam a cada ano, culminando em 2013 com a ação da Polícia Militar que dispersou a multidão com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, revivendo o horror dos Blocos das Mocreias de 2011, onde a festa também acabou em tumulto e muita gente machucada. O ocorrido culminou com o término do bloco carnavalesco e o fim dos festejos de rua em Ribeirão Pires.
O Carnaval de Rua de Rio Grande da Serra pode estar com os dias contados, tudo pelo avanço do vandalismo e brigas que aumentam a cada ano, culminando em 2013 com a ação da Polícia Militar que dispersou a multidão com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, revivendo o horror dos Blocos das Mocreias de 2011, onde a festa também acabou em tumulto e muita gente machucada. O ocorrido culminou com o término do bloco carnavalesco e o fim dos festejos de rua em Ribeirão Pires.
Agora em Rio Grande da Serra, já se estuda a possibilidade de
encerrar os festejos na Praça da Bíblia e limitar a folia de Carnaval
aos clubes da cidade. As autoridades não falam abertamente sobre essa
possibilidade, mas o fim, pode estar próximo.
A confusão no Carnaval de Rio Grande da Serra ocorreu na madrugada
de terça-feira, após o encerramento do festejo oficial. Segundo Tenente
Passoto, responsável pelo patrulhamento no dia, o evento oficial
organizado pela Prefeitura já havia encerrado horas antes, e a confusão
teve início após as 2 horas da madrugada, quando dois carros passaram a
“tocar” música alta, atraindo cerca de 700 pessoas que ainda continuavam
no local.
“Dois carros que já estavam estacionados no entorno da praça
passaram a tocar música alta. Nós enviamos um efetivo para solicitar que
os mesmos desligassem o som e deixassem o local para liberação do
trânsito; mas nesse momento, nossos policiais foram recebidos com
hostilidade, jogaram garrafas contra eles que tiveram de recuar”, conta o
tenente.
Foi então, continua o comandante do policiamento, que reforços
foram solicitados. “Pedimos reforço e então começamos a dispersão. Mas
novamente fomos recebidos com garrafadas, pedradas e pedaços de pau,
então iniciamos o que chamamos de Técnica de Controle de Distúrbio
Civil”.
Indagado sobre o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersão, Passoto confirmou a ação.
“Usamos bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, mas dentro de um padrão previamente estudado”.
O tenente também confirmou que após o início da dispersão, muitas famílias ainda estavam no local e acabaram se desesperando.
“Sim, tínhamos famílias no local, inclusive com crianças, elas
ficaram assustadas, correram, mas não tivemos vítimas. Ficamos até as 9
horas da manhã acompanhando a movimentação na cidade e nos hospitais,
mas não tivemos o registros de civis feridos, e sim três policiais”.
Agora, diz o tenente, reuniões entre a Prefeitura e a Polícia irão traçar planos mais detalhados para evitar futuros confrontos.
Carnaval de Rio Grande cumpriu o seu papel
Apesar
do tumulto registrado na madrugada de terça-feira, após o encerramento
da noite carnavalesca em Rio Grande da Serra, o Carnaval de Rua da
cidade cumpriu mais uma vez o seu papel, atraiu milhares de pessoas,
grande parte jovens e famílias, que pularam e se divertiram nas quatro
noites de folia.
Segundo os organizadores, a programação dos dias de festa contou
com bandas interpretando gêneros carnavalescos, entre elas, o Grupo Pura
Amizade e Samba Madrugueira. Doze grupos de axé animaram o grande
público durante as quatro noites de festa.
Ainda segundo a organização do Carnaval de Rua de Rio Grande da
Serra, o evento contou com a presença de milhares de pessoas e informa
que o incidente ocorrido foi após o término da festa; ocorreu fora do
local da praça onde acontecia a festa e que, lamenta o ocorrido. Novas
tratativas já estão sendo feitas junto a Polícia Militar para o próximo
ano.
Ribeirão Pires deixou de ter Carnaval de Rua por conta de brigas e morte
Ribeirão Pires deixou de ter Carnaval de Rua por conta de brigas e morte
Não
é de hoje que o aumento da violência no Carnaval de Rua nas cidades da
região vem obrigando as administrações a cancelarem as festas populares.
A cidade de Mauá encerrou os eventos carnavalescos ao ar livre em 2007,
na época o Governo alegou falta de recursos financeiros e aumento da
violência.
Em Ribeirão Pires, o Carnaval de Rua chegou ao fim em 2002, após o
ano anterior ter registrado alto índice de violência e até uma morte.
Naquele ano, um menor de 17 anos, morador de Mauá, foi alvejado na rua
Miguel Prisco e acabou morrendo. Até hoje, o atirador não foi
localizado.
Com o fim do Carnaval de Rua na Estância, ganhou força na cidade o
tradicional Bloco das Mocreias, que em 2011 acabou sendo vítima do mesmo
problema.
Logo após o término do desfile do Bloco, uma briga no Centro Novo
ganhou as ruas da cidade, e a Polícia Militar agiu com bombas de efeito
moral e balas de borrachas, dezenas de pessoas ficaram feridas e
policiais foram levados aos hospitais da região, com ferimentos leves.
Devido o aumento da violência, a direção do Bloco resolveu encerrar
as atividades, através de Nota Oficial: “A diretoria do Bloco das
Mocreias vem a público oficializar o fim do desfile pelas ruas centrais
de Ribeirão Pires, encerrando assim o mais tradicional bloco
pré-carnavalesco da Grande São Paulo. Lamentavelmente, o triste desfecho
do desfile do último domingo deixou claro que a direção chegou a seu
limite no que diz respeito à organização do bloco. Lamentavelmente, a
intolerância e a truculência venceram o riso e a diversão do Carnaval.
Infelizmente, o direito à manifestação popular acaba vencido por forças
maiores”, dizia trechos da Nota.
fonte:FOLHA RIBEIRAO PIRES"
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