segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Carnaval de Rio Grande da Serra tem folia, bombas e balas de borracha

Resultado da confusão: Praça danificada pelos atos de vandalismoResultado da confusão: Praça danificada pelos atos de vandalismo
"Única cidade da região a manter Carnaval de Rua sofre com o vandalismo que pode colocar em risco o futuro do festejo popular"

O Carnaval de Rua de Rio Grande da Serra pode estar com os dias contados, tudo pelo avanço do vandalismo e brigas que aumentam a cada ano, culminando em 2013 com a ação da Polícia Militar que dispersou a multidão com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, revivendo o horror dos Blocos das Mocreias de 2011, onde a festa também acabou em tumulto e muita gente machucada. O ocorrido culminou com o término do bloco carnavalesco e o fim dos festejos de rua em Ribeirão Pires.
Agora em Rio Grande da Serra, já se estuda a possibilidade de encerrar os festejos na Praça da Bíblia e limitar a folia de Carnaval aos clubes da cidade. As autoridades não falam abertamente sobre essa possibilidade, mas o fim, pode estar próximo.
A confusão no Carnaval de Rio Grande da Serra ocorreu na madrugada de terça-feira, após o encerramento do festejo oficial. Segundo Tenente Passoto, responsável pelo patrulhamento no dia, o evento oficial organizado pela Prefeitura já havia encerrado horas antes, e a confusão teve início após as 2 horas da madrugada, quando dois carros passaram a “tocar” música alta, atraindo cerca de 700 pessoas que ainda continuavam no local.
“Dois carros que já estavam estacionados no entorno da praça passaram a tocar música alta. Nós enviamos um efetivo para solicitar que os mesmos desligassem o som e deixassem o local para liberação do trânsito; mas nesse momento, nossos policiais foram recebidos com hostilidade, jogaram garrafas contra eles que tiveram de recuar”, conta o tenente.
Foi então, continua o comandante do policiamento, que reforços foram solicitados. “Pedimos reforço e então começamos a dispersão. Mas novamente fomos recebidos com garrafadas, pedradas e pedaços de pau, então iniciamos o que chamamos de Técnica de Controle de Distúrbio Civil”.
Indagado sobre o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersão, Passoto confirmou a ação.
“Usamos bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, mas dentro de um padrão previamente estudado”.
O tenente também confirmou que após o início da dispersão, muitas famílias ainda estavam no local e acabaram se desesperando.
“Sim, tínhamos famílias no local, inclusive com crianças, elas ficaram assustadas, correram, mas não tivemos vítimas. Ficamos até as 9 horas da manhã acompanhando a movimentação na cidade e nos hospitais, mas não tivemos o registros de civis feridos, e sim três policiais”.
Agora, diz o tenente, reuniões entre a Prefeitura e a Polícia irão traçar planos mais detalhados para evitar futuros confrontos.

Carnaval de Rio Grande cumpriu o seu papel

Praça ficou lotada para apresentações dos grupos durante os dias de foliaPraça ficou lotada para apresentações dos grupos durante os dias de folia
Apesar do tumulto registrado na madrugada de terça-feira, após o encerramento da noite carnavalesca em Rio Grande da Serra, o Carnaval de Rua da cidade cumpriu mais uma vez o seu papel, atraiu milhares de pessoas, grande parte jovens e famílias, que pularam e se divertiram nas quatro noites de folia.
Segundo os organizadores, a programação dos dias de festa contou com bandas interpretando gêneros carnavalescos, entre elas, o Grupo Pura Amizade e Samba Madrugueira. Doze grupos de axé animaram o grande público durante as quatro noites de festa.
Ainda segundo a organização do Carnaval de Rua de Rio Grande da Serra, o evento contou com a presença de milhares de pessoas e informa que o incidente ocorrido foi após o término da festa; ocorreu fora do local da praça onde acontecia a festa e que, lamenta o ocorrido. Novas tratativas já estão sendo feitas junto a Polícia Militar para o próximo ano.


Ribeirão Pires deixou de ter Carnaval  de Rua por conta de brigas e morte

Policiais da Tropa de Choque durante dispersão dos foliões em 2011Policiais da Tropa de Choque durante dispersão dos foliões em 2011
Não é de hoje que o aumento da violência no Carnaval de Rua nas cidades da região vem obrigando as administrações a cancelarem as festas populares. A cidade de Mauá encerrou os eventos carnavalescos ao ar livre em 2007, na época o Governo alegou falta de recursos financeiros e aumento da violência.
Em Ribeirão Pires, o Carnaval de Rua chegou ao fim em 2002, após o ano anterior ter registrado alto índice de violência e até uma morte. Naquele ano, um menor de 17 anos, morador de Mauá, foi alvejado na rua Miguel Prisco e acabou morrendo. Até hoje, o atirador não foi localizado.
Com o fim do Carnaval de Rua na Estância, ganhou força na cidade o tradicional Bloco das Mocreias, que em 2011 acabou sendo vítima do mesmo problema.
Logo após o término do desfile do Bloco, uma briga no Centro Novo ganhou as ruas da cidade, e a Polícia Militar agiu com bombas de efeito moral e balas de borrachas, dezenas de pessoas ficaram feridas e policiais foram levados aos hospitais da região, com ferimentos leves.
Devido o aumento da violência, a direção do Bloco resolveu encerrar as atividades, através de Nota Oficial: “A diretoria do Bloco das Mocreias vem a público oficializar o fim do desfile pelas ruas centrais de Ribeirão Pires, encerrando assim o mais tradicional bloco pré-carnavalesco da Grande São Paulo. Lamentavelmente, o triste desfecho do desfile do último domingo deixou claro que a direção chegou a seu limite no que diz respeito à organização do bloco. Lamentavelmente, a intolerância e a truculência venceram o riso e a diversão do Carnaval. Infelizmente, o direito à manifestação popular acaba vencido por forças maiores”, dizia trechos da Nota.
fonte:FOLHA RIBEIRAO PIRES"

Nenhum comentário:

Postar um comentário