Desaparecimento de recém-nascido intriga Polícia Civil de Mauá
Tudo corria bem para a chegada da recém-nascida Sofia, até que,
após o parto médico diz que se tratava de gravidez psicólogica
após o parto médico diz que se tratava de gravidez psicólogica
A
Polícia Civil de Mauá investiga o desaparecimento de um recém-nascido
ocorrido no final do ano passado na Santa Casa da cidade.
A mãe da recém-nascida, Layane Cardoso Santos, 19 anos, no dia 26
de dezembro, por volta das 8h da manhã, seguiu até a Santa Casa de
Mauá, com dores, onde teria sido feito um exame de toque teria
constatado, segundo a mãe, uma dilatação.
Ainda segundo a mãe, os médicos disseram que em razão da sala de
pré-parto estar com lotação esgotada, que retornasse às 18h do mesmo
dia.
“Como eu tinha um exame de acompanhamento do pré-natal, marcado na
UBS do Jardim Primavera, também dia 26, fui até lá (UBS). Por volta das
13h, tive um sangramento e dores fortes. Fui examinada pelo meu médico, o
mesmo que me acompanhou desde o começo da minha gravidez, que me disse,
ser grave o sangramento e que eu deveria ser encaminhada imediatamente
para um pronto atendimento, para que o parto pudesse ser realizado”,
disse Layane aos prantos.
Chegando a Santa Casa de Mauá foi atendida pelo mesmo médico que
horas antes havia sido examinada. O mesmo disse que o hospital
continuava lotado, porém, ele faria um exame Cardiotoco, para ver os
batimentos cardíacos da criança, e segundo ela, o mesmo informara, estar
cerca de 140 batimentos por minuto.
Já que tudo estava bem, informaram a ela que retornasse às 18h da
tarde, para ter o seu bebê. Ela e o marido pediram os exames de
Cardiotoco ao médico para levarem para casa. Segundo ela, o mesmo não
respondeu nada.
Próximo às 18h as dores se intensificaram e o sangramento
persistia. Já no hospital, o médico lhe disse que o feto estava sentado e
corria riscos na hora do parto. Resolveram então, fazer uma cesária, e
anestesia raquidiana, momento em que, por ocasião da anestesia perdeu os
sentidos.
“Quando eu acordei, já estava no quarto sem saber de nada que tinha
acontecido. O meu marido foi me ver e disse que o médico informou não
ter criança nenhuma no meu ventre e que tudo não passou de uma gravidez
psicológica”, relatou a mãe.
Segundo a Polícia Civil de Mauá é aguardado apenas o laudo do IML
para que as investigações prossigam. Disseram ainda, que os médicos e
enfermeiras que cuidaram de Layane já estão com os depoimentos agendados
Após estes será a vez dos profissionais da Santa Casa de Mauá prestarem declarações.
Santa Casa de Mauá dá sua versão
Santa Casa de Mauá dá sua versão
O jornal Folha esteve na quarta-feira, 30, com a administração do
Hospital Santa Casa de Mauá, que relatou estar providenciando toda a
documentação para se defender das alegações da vítima.
Segundo eles, o obstetra responsável diagnosticou o quadro, sendo
dores de abdomen agudo, com provável hipótese de deslocamento prematuro
de placenta. Devido ao quadro, a paciente foi levada imediatamente ao
centro cirúrgico para laparotomia (Intervenção cirúrgica na abertura da
cavidade abdominal), onde não se identificou sinais de gravidez. Em
função disso, chamou o acompanhante da vítima e diante de toda equipe
médica, visualizou que o útero era de tamanho normal e não de uma
grávida. Disse ainda, que foram realizados exames Ultra-son, Beta HCG,
após a cirurgia, que comprovam não haver gravidez. Todos os documentos
serão apresentados no momento oportuno.
Laudo confirma gestação e prefeitura investiga veracidade do documento
Layane Cardoso Santos apresentou como prova de sua gravidez um
documento datado de 17/12/2012, da Prefeitura Municipal de Mauá (UBS
Jardim Primavera), onde consta 37,1 semana de gestação e dados sobre o
feto. (Laudo ao lado).
A Folha enviou a cópia do documento para a Prefeitura de Mauá, que
informou que por meio da Secretaria de Saúde, determinou a abertura de
Sindicância Interna para esclarecer o atendimento prestado à paciente
Layane Cardoso Santos. A Secretaria de Saúde reconhece que ocorreu o
acompanhamento pré-natal, mas verificou incongruências nos registros de
atendimento que deverão ser esclarecidos pela sindicância.
Já foi apurado que não consta registro de comparecimento da
paciente, para realização de ultra-som, nas datas dos exames citados
pela mesma.
A Secretaria de Saúde prezará pela agilidade da sindicância a fim
de prestar os esclarecimentos necessários o mais breve possível.
A descoberta da gravidez
A descoberta da gravidez
Tudo começou em maio de 2012, quando Layane Cardoso Santos, 19
anos, moradora do Jardim Primavera, Mauá, desconfiou que pudesse estar
grávida.
Decidiu então, ir até a farmácia próxima a sua casa e fazer o exame
de gravidez, que posteriormente, dera positivo para a gestação.
Segundo ela, repetiu o exame três vezes, e a partir daí, começaram todos os exames periódicos, típicos de uma gravidez normal.
Em razão dos fatos, a vítima dirigiu-se a UBS do Jardim Primavera,
Mauá, onde os exames preliminares constavam positivo, confirmando então,
que Layane estava de fato grávida.
Foi então realizado o pré-natal da mulher, e com data provável de 5
de Janeiro de 2013 para o parto. A documentação de acompanhamento da
paciente resultou positivo pela movimentação do feto nos meses de agosto
e outubro de 2012 e três consultas de dezembro do mesmo ano.
O drama da família
O drama da família
Segundo familiares de Layane, vários pontos não estão esclarecidos.
“Primeiro fizeram a operação de parto na minha filha sem antes
fazerem a internação com os dados pessoais dela. Eu nunca vi isso na
minha vida. Segundo, que horas antes do momento da cesária, fizeram
todos os exames que mostravam os batimentos cardíacos da minha neta, e
não quiseram nos dar estes documentos. Meu genro pediu antes do parto,
que ele gostaria de acompanhar a cirurgia. Disseram a ele que na hora do
parto deixariam ele entrar. Só foram falar com ele, depois que minha
filha já estava toda costurada e sem a criança”, comenta avó de Sofia.
Layane relata, que seu marido discutiu com o médico responsável
pelo parto e exigiu todos os documentos de sua filha. O médico disse que
não daria e que guardaria para se defender de uma futura ação
judicial.
Após o parto, Layane foi para um quarto particular, com direito a televisão, dois acompanhantes.
FONTE:FOLHA RIBEIRÃO PIRES
FONTE:FOLHA RIBEIRÃO PIRES
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